quarta-feira, 27 de julho de 2011

Tipos de Clima do Brasil

Tipos de climas do Brasil
O Brasil, dada sua vasta extensão territorial, de dimensões continentais, possui uma tipologia climática variada. Além de sua extensão, outros fatores influentes nos diversos climas brasileiros são as condições de temperatura, altitude, pressão e proximidade com o oceano. Esta grande diferenciação climática do país resulta, por sua vez, em paisagens vegetais bastante variadas, o que faz do Brasil um dos países detentores do ecossistema mais variado e complexo no mundo.
O território brasileiro está dividido em faixas climáticas: 92% do território localiza-se entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio. Portanto, pode-se dizer que o clima brasileiro é predominantemente tropical, ainda apresentando faixas equatoriais e sub-tropicais (zonas temperadas) distribuídos entre os 8% restantes do território. A predominância de altitudes mais baixas ao longo do território nacional acarretam em temperaturas mais elevadas. as temperaturas médias predominantes são superiores a 20 C.
Inicialmente, o Brasil é um dos únicos países no mundo a apresentar a chamada floresta equatorial (ao lado do Congo, na África), circunscrita ao clima equatorial. Este clima prevalece na região da Floresta Amazônica, apresentando características como temperaturas médias que oscilam entre 24 e 26 ºC e índice pluviométrico de médias superiores a 2.500 mm/ano (o mais alto índice referente ao regime de chuvas do território brasileiro). A vegetação da área compreendida por este tipo de clima corresponde à chamada floresta equatorial (hiléia amazônica).
O clima tropical atua nas regiões do Planalto Central, além de áreas do nordeste e do sudeste brasileiros. Este clima é caracterizado por duas estações quentes distintas por ano, apresentando temperatura média superior a 20 C. Quanto ao regime de chuvas, o índice pluviométrico anual varia entre os parâmetros de 1.000 e 1.500 mm/ano. A vegetação das áreas circunscritas a este tipo de clima é tipicamente de cerrado, apresentando arbustos de casca grossa e gramíneas. Já nas áreas adjacentes aos rios, há a presença constante de matas ciliares.
Nas regiões mais altas circunscritas pelos planalto atlântico no sudeste, e ainda na regiões ao sul de Mato Grosso do Sul e ao norte do Paraná, o clima predominante é o chamado tropical de altitude. Este tipo de clima é caracterizado pelas médias de temperatura oscilantes entre 18 e 22 C, apresentando um regime de chuvas anuais cujo índice varia entre 1.000 e 1.500 mm/ano. A floresta de araucárias (Serra do Mar e Serra da Mantiqueira) e a mata tropical predominam nas regiões mais altas destas áreas descritas, enquanto nas demais regiões a mata tropical encontra-se em estado avançado de devastação.
O chamado clima tropical atlântico predomina em praticamente toda a faixa litorânea brasileira, estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Tal clima tem por temperatura média anual uma faixa de variação entre 18 e 26 C, possuindo índice pluviométrico médio variando em torno de 1.200 mm/ano. O quadro vegetal desta área é composto pela chamada Mata Atlântica, constituindo uma das áreas vegetais que mais sofreram com a devastação: a região do estado de São Paulo, detentora de 82% da Mata Atlântica original, se encontra atualmente reduzida a ínfimos 5%.
O chamado clima semi-árido estende-se pelos territórios correspondentes ao sertão nordestino, incluindo o vale do Rio São Francisco, até o norte do estado de Minas Gerais. Os índices pluviométricos destas áreas são os mais baixos do país, apresentando um média inferior a 800 mm anuais. Em contrapartida, as temperaturas médias anuais correspondem às maiores no território brasileiro, oscilando por cerca de 27 C. A vegetação correspondente a estas regiões é a caatinga, encerrando vegetais de feições retorcidas e espinhosas, com grande constância de plantas cactáceas.
A região de climas mais frios no Brasil corresponde à faixa territorial situada abaixo do Trópico de Capricórnio , abrangendo os estados sulistas, com exceção do norte do Paraná. O clima subtropical destas regiões apresenta temperaturas médias inferiores a 20 C, com índice pluviométrico variando entre 2.000 e 1.500 mm anuais. Tal região circunscrita a essa faixa climática apresenta os invernos mais rigorosos do país, sobretudo nas áreas de maior altitude, onde inclusive podem ocorrer nevascas. A tipologia vegetal dominante constitui a chamada floresta de araucária (zonas de altitude mais elevada) e ainda as gramíneas (zonas mais baixas, como os Pampas gaúchos e a Depressão Periférica). A mata das araucárias também sofreu grandes devastações, mas há a ocorrência de áreas de reflorestamento.
Dada a vasta extensão das regiões costeiras ou litorâneas no Brasil, o clima das diversas regiões brasileiras, de norte a sul, sofrem a influência das correntes oceânicas atlânticas, sobretudo na própria faixa litorânea. As correntes que atuam de maneira mais direta nas variações climáticas brasileiras são a Equatorial Norte e a corrente do Brasil (correntes quentes) e ainda a Corrente das Falklands/Malvinas (correntes frias).

terça-feira, 26 de julho de 2011

Estrutura Geológica do Brasil


As rochas da crosta terrestre estão em constante processo de transformação, sendo modificadas pela ação erosiva de agentes externos (chuvas, ventos etc.) e agentes internos (erupções vulcânicas e tectonismo). Esse processo ocorre há bilhões de anos e o conhecimento da estrutura geológica de um determinado local é de fundamental importância na análise do relevo e dos possíveis recursos minerais existentes.

O Brasil, por apresentar uma grande extensão territorial (8.514.876 quilômetros quadrados), possui estrutura geológica composta por três tipos distintos: escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos.

Escudos cristalinos
Responsável por aproximadamente 36% do território nacional, essa formação ocorreu no período pré-cambriano. Ela apresenta composição diferente conforme os terrenos arqueozoicos (32% do território nacional) e proterozoicos (4% do território). No primeiro é possível encontrar rochas como o granito, gnaisses, grafita e elevações como a serra do Mar. Sua formação é a mais antiga, apresentando pequena riqueza mineral. Já nos terrenos proterozoicos, há rochas metamórficas que formam jazidas minerais (ferro, níquel, chumbo, ouro, prata, diamantes e manganês). A serra dos Carajás, no estado do Pará, é um terreno proterozoico.

Bacias sedimentares
Essa formação recobre cerca de 60% do território brasileiro. São constituídas de espessas camadas de rochas sedimentares, consequência da intensa deposição de sedimentos de origem marinha, glacial e continental nas partes mais baixas do relevo. Nesses terrenos é possível encontrar petróleo e carvão mineral, além de minerais radioativos (urânio e tório), xisto betuminoso, areia, cascalho e calcário.

Terrenos vulcânicos
São áreas que sofreram a ação de derrames vulcânicos. Esse processo originou a formação de rochas como o basalto e o diabásio. A decomposição do basalto é responsável por fertilizar o solo, no Brasil essas áreas são denominadas de “terra roxa”.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Relevo


RELEVO
O relevo corresponde ao conjunto de formação apresentadas pela litosfera. Essas formas são definidas pela estrutura geológica combinada com as ações da dinâmica interna e externa da Terra. A estrutura geológica diz respeito ao tipo de rocha — magmática, sedimentar ou metamórfica –, bem como à idade que elas apresentam — mais antigas ou mais recentes. As características tais rochas condicionam a ação dos fatores modificadores do relevo os chamados agentes de erosão
Fatores do relevo
Os fatores internos são responsáveis pela elevação ou rebaixamento da superfície da crosta terrestre os fatores externos, por sua vez, causam modificações nessa superfície.
  • Internos: tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos;
  • Externos: intemperismos, águas correntes, vento, mar, gelo, seres vivos, entre outros.
Fatores internos: as pressões do magma
Os fatores internos do relevo têm sua origem nas pressões que o magma exerce sobre a crosta terrestre. Essas pressões podem provocar vulcanismo e outros fenômenos chamados tectônicos, como a formação de dobras e fraturas e a criação montanhas.
O movimento do magma ocorre no manto, a parte do interior da Terra que fica entre a crosta e o núcleo, com aproximadamente 2 800 km de espessura. O magma age no manto superior, que vai até 670 km de profundidade.
A diferença entre a temperatura do magma, uma substância quentíssima e por isso fluida, a temperatura da crosta, que é mais baixa, pode resultar em dois fenômenos: em algumas regiões o magma extravasa para a superfície, pelos vulcões, sob a forma de lavas; em outras, é a crosta que se transforma novamente em magma. "sugada" para o interior do manto. Essa troca de calor, como vimos, é denominada movimento de convecção.
Tais fenômenos ocorrem com maior intensidade nas zonas de contato das placas tectônicas, que formam a crosta terrestre. Essa placas que compõem a litosfera, são encontradas tanto nos continentes quanto sobre o mar. E a partir de rachaduras abertas na crosta terrestre pela força sua pressão que o magma se movimenta realiza seu trabalho de construção e destruição, ou seja, pratica a sua ação dinâmica.
As áreas de construção são representadas principalmente pelas chamadas dorsais meso-oceânicas, grandes cadeias de montanhas submersas formadas por vazamento de depósitos de magma. Ao atravessar a crosta e entrar em contato com a água, o magma se consolida, formando aquelas que constituem as mais recentes rochas magmáticas da crosta. O maior exemplo é a zona da dorsal atlântica (número 1 no mapa), através da qual continuam surgindo novas rochas no solo oceânico.
A expansão que ocorre no fundo do mar tensiona a crosta em cadeia, de tal forma que em outras áreas ela é pressionada e destruída. É o que ocorre na região do Pacífico Sul, em que a fina crosta oceânica está sendo lentamente empurrada contra o continente, retomando ao manto e voltando a fundir-se (número 2 no mapa), constituindo uma área de destruição. Em contrapartida, o continente, pressionado, sofre uma grande elevação. Esse lento soerguimento é responsável pela contínua elevação da cordilheira dos Andes.
Em geral, as chamadas montanhas recentes apresentam intensa atividade sísmica e vulcanismos, justamente porque estão no limite de destruição das placas tectônicas.
A cordilheira do Himalaia é uma formação moderna, ainda em processo de soerguimento (número 3 no mapa). No entanto, podemos observar, pelo esquema, que sua origem está associada à colisão de duas placas continentais, e não ao choque entre uma placa continental e outra oceânica, como ao caso da cordilheira dos Andes.
Tanto nas zonas de construção como nas zonas de destruição, além da ocorrência de terremotos e vulcanismos é comum o aparecimento de dobras ou fraturas.
As dobras ocorrem em rochas frágeis e mais ou menos plásticas, enquanto as fraturas se formam em rochas mais resistentes ou rijas. Se os blocos fraturados não se deslocarem uns em relação aos outros, dizemos que se formam juntas. Quando, ao contrário, os blocos se afastam uns dos outros, terão ocorrido falhas.
A grande ocorrência de dobras e falhas explica a formação de várias cadeias de montanhas sobre a crosta — antigas e recentes. Dizemos que as dobras e falhas são movimentos orogenéticos, ou seja, criadores de montanhas.
Fatores externos: a erosão da superfície.
Os fatores externo são as chuvas, a água corrente, o vento, o gelo, o calor, além da própria gravidade, que desgastam e modificam o relevo terrestre, tendendo a uniformizá-lo. Isso só não ocorre por causa da endodinâmica, isto é, a atuação dos fatores internos. Além disso, o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor resistência da rocha à erosão. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedimentos originários de outras rochas, geralmente dispostos em camadas, são menos resistentes à erosão que as rochas magmáticas, originárias da solidificação do magma, e as metamórficas, que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura.
O aplainamento da superfície terrestre principia com os processos intempéricos, que podem ser físicos ou químicos. Entre os agentes físicos destaca-se o calor, ou melhor, as variações de calor, que provocam desagregação da rocha por sucessiva dilatação e contração. Essa forma de intemperismo é típica das regiões áridas e semi-áridas, em que há grandes variações de temperatura entre o dia e a noite. Entre os agentes químicos, o principal é a água, que, dependendo da rocha, pode dissolver alguns de seus minerais. Sua ação pode ser mais sentida nos climas úmidos.
O intemperismo é seguido nela erosão, transporte e sedimentação, ou seja, deposição dos sedimentos nas áreas mais baixas do terreno. Isso é feito pelos agentes externos, que podem ser a água das chuvas, dos mares ou dos rios, o gelo, o vento, além da própria gravidade, por meio de desmoronamentos.
As regiões que há muito tempo não sofrem a influência dos fatores internos apresentam de relevo consideradas antigas, geralmente suaves, pois já foram muito desgastadas pela erosão.
As formas de relevo
Dependendo da atuação de agentes internos e externos, o relevo pode apresentar diversas formasAs principais são: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
montanhas são aquelas regiões em que ainda hoje os processos internos superam os externos, ou seja, o soerguimento é mais forte que a erosão. Os Andes, as Rochosas, os Alpes, o Himalaia ainda apresentam falhamentos, terremotos e vulcanismos, demonstrando a forte atuação dos agentes internos. É comum, no entanto, considerar montanhas aquelas áreas que, mesmo antigas, apresentam altitudes superiores a 300 metros.
Planaltos são superfícies elevadas, com ondulações suaves, delimitadas por escarpas que constituem declives e nos quais os processos de destruição superam os de construção. Entre os fatores externos, predominam os agentes de desgaste, e não os de sedimentação. Os planaltos típicos são de estrutura sedimentar, mas podem ser formados pelo soerguimento de blocos magmáticos.
Planícies são superfícies que apresentaram pequenos movimentos na crosta, sendo quase completamente aplainadas. São delimitadas por aclives, e os processos de deposição superam os de desgaste. Podem ser classificadas em planícies costeiras, quando o agente de sedimentação é o mar; fluviais, quando um rio é responsável por sua formação: e planícies de origem lacustre, ou seja, formadas pela ação de um lago.
Nas depressões a altitude da superfície é mais baixa que as formas de relevo que as circundam. Classificam-se em depressões absolutas, quando estão abaixo do nível do mar, e relativas, quando estão acima. Em geral, as depressões relativas decorrem de intensos processos erosivos ocorridos nas bordas de planaltos. A região em que se encontra o mar Morto é um exemplo de depressão absoluta. Um vale em um planalto ou entre montanhas constitui uma depressão relativa de forma alongada.
Cada uma das formas de relevo pode receber denominações diferentes, conforme suas dimensões e particularidades morfológicas. Assim, por exemplo, uma pequena montanha é chamada, em geral, de morroum alinhamento de montanhas de serra. Do mesmo modo, a depressão alongada, denominada vale, em geraI contém um leito de um curso de água (provavelmente responsável pela erosão do terreno).